23 de junho de 2008

MENU DE HISTÓRIAS

ESCOLHA UM FORMATO:

As sessões de histórias podem ser organizadas em dois formatos:

1- para grupos pequenos de até 50 pessoas apresentados em salas menores tais como bibliotecas, pequenos auditórios, salas de leitura e museus. Uma proposta de apresentação mais intimista onde o contato com o público se dá de maneira próxima ao contador permitindo maior interferência e interação no trabalho. Todas as histórias do repertório podem ser apresentadas nesse formato com exceção de “A chave, o pássaro e o príncipe azul” e “Só sei que foi assim”.

2- para grupo com mais de 50 pessoas apresentados em teatros com estrutura mínima de luz e sonorização. Todos os trabalhos do repertório podem ser apresentados nesse formato.


ESCOLHA UM HISTÓRIA:



O barco vermelho
Inspirado em autores nacionais contemporâneos como Silvia Orthof , Ilo Krugli e outros, o barco vermelho conta a trajetória de um barco que no percurso do rio até o mar aprende sobre a liberdade sobre fazer amigos e a encontrar seu caminho. Com uma estrutura semelhante as fábulas que dão vida a objetos e animais, o barco vermelho utiliza-se da metáfora do rio como o percurso da vida e as aventuras do barco como os percalços e desafios que encontramos quando nos aventuramos a descobrir coisas novas. O texto mistura as aventuras do barco, aquilo que ele encontra no caminho, com curiosidades sobre a própria estrutura de embarcações, sobre os rios, os bichos e o próprio ato de navegar.

Os príncipes enfeitiçados:
A partir de histórias colhidas da tradição oral européia são apresentadas duas histórias onde os príncipes, ao contrário de muitos contos tradicionais, são salvos pelas princesas. Os dois contos apresentam um universo mágico de objetos encantados e seres mágicos que contornam a vida dos personagens mostrando um universo cheio de desafios a serem enfrentados pelas princesas corajosas.


Maremoto:
Uma coletânea de cinco histórias que foram integradas pelos contadores formando uma única narrativa. Uma história onde o mar é o personagem principal. A partir de histórias coletadas da tradição oral brasileira, japonesa, italiana e chinesa, Maremoto conta as aventuras de um pescador que salva uma tartaruga, desencadeando uma série de outros eventos que acabam por modificar o curso da vida do príncipe Andrezinho e da princesa Ismália.


O vôo sobre o oceano.
Livremente inspirado em uma novela radiofônica de Berthold Brecht. Essa é a história de um aviador que procura um avião perfeito para levá-lo de um continente ao outro, por cima do oceano Atlântico. O aviador enfrenta vários desafios até cumprir seu objetivo: enfrenta o nevoeiro, a nevasca, o sono, conversa com o motor, entre outros desafios.

A chave, o livro e o príncipe azul.
Histórias populares da tradição oral medieval, recontadas pelo pequenoteatro.

Só sei que foi assim.
Histórias populares da tradição oral brasileira, recontadas pelo pequenoteatro.

OFICNAS

O contador de histórias pelo olhar do palhaço

A oficina trabalha investigando quais os pontos de intersecção entre essas duas linguagens artísticas e como podem se complementar. O objetivo é revelar particularidades do jogo do palhaço na formação e no treinamento do contador de histórias, tais como a relação com a platéia, a descoberto de um olhar pessoal e específico sobre a história, a relação com o humor e gags clássicas. Carga horária mínima: 15h

O corpo da palavra

A partir de experiências sonoras aliadas a expressão física o contador é levado a descobrir outras formas de trabalhar o corpo e a sonoridade com o texto. O trabalho visa uma maior sensibilização física, no sentido de revelar formas expressivas do corpo interagir com a palavra do contador aprofundando a sua performance. Carga horária mínima: 6h

O contador de histórias e a bricolagem.

A partir do conceito de bricolagem, elaborar a partir de outros objetos um novo objeto, essa oficina trabalha a estrutura básica de compreensão da pesquisa do pequenoteatro sobre a arte de contar histórias. O Contador de histórias é pensado como um artesão que mistura referências distintas, inclusive pessoais, a forma de elaborar o conto trabalhado. São trabalhados conteúdos como a relação do contador com o espaço, com objetos, com o som e a música. Os participantes são estimulados a reconhecer o que chamamos de inventário pessoal de trabalho. o que se quer é que a experiência construída no palco seja partilhado no momento presente pelo público e por aquele que narra. Carga horária mínima 20h


As oficinas podem ser também realizadas com carga horária aumentada possibilitando maior aprofundamento no tema abordado. É necessário espaço amplo de trabalho, com aparelho de som e iluminação adequada.

APRESENTAÇÃO

Contar de histórias recupera uma comunicação pessoal que parece não combinar com o mundo rápido e informatizado da atualidade, essa comunicação particular é feita ao vivo, de pessoa para pessoa. O contador de histórias retorna a esse lugar humano de compartilhar experiências e idéias através das narrativas e da relação com o imaginário. É uma das atividades mais antigas do mundo. É uma prática fundamental de qualquer comunidade. Sem elas talvez não estivéssemos conscientes do nosso passado nem das nossas relações com o próximo ou com o mundo.

O trabalho do pequenoteatro mistura na sua estrutura de trabalho duas linguagens artísticas que primam pela necessidade da comunicação com o público, duas linguagens artísticas que trabalham para mobilizar no espectador essa comunicação tão necessária nos dias de hoje. Unindo a experiência do palhaço com o ato de contar histórias, nossa busca é transformar a narrativa de histórias em um jogo com a platéia. Nesse jogo de contar histórias o ouvinte é convidado a colocar a imaginação trabalhando, ele completa com a sua experiência as imagens criadas, que necessitam do espectador para tomar forma, eleparticipa no momento da performance como um interlocutor. O espectador é convidado a conversar com a história e brincar com ela, afinal “ninguém escapa de uma boa história”.

Contar histórias é uma arte em si, não é literatura nem é teatro. O trabalho do contador de histórias no pequenoteatro é elaborado a partir da prática da bricolagem, influenciado pela prática narrativa do mestre Griot Sotigui Kouyaté. Os contadores trabalham como artesãos, misturando técnicas artísticas diversas para construir uma rede de comunicação expressiva com os espectadores, uma comunicação que se dá não só pela palavra dita mas por todo um conjunto de jogos corporais e sonoros que se somam construindo uma estética de trabalho onde o corpo comunica tanto quanto o texto. O corpo é utilizado aqui como o instrumento principal para a construção da narrativa. A palavra ganha forma no corpo do contador, e esse traz consigo um jogo de entrar e sair da história. O que chega aos ouvintes é um contato não só com o conto narrado mas também com a própria pessoa do contador, que mistura sua história pessoal e sua forma de ver o mundo aos eventos do conto.

Trabalhando para que a experiência transmitida no relato seja comum ao narrador e aos ouvintes. O ato de contar histórias é considerado um procedimento que investiga a natureza artística mais profunda, a natureza que tem a necessidade de dizer, de se comunicar, de entrar em contato com o outro. Dessa necessidade nasce a capacidade do indivíduo encontrar seus próprios conteúdos e se conectar com aquilo que realmente o afeta. Sempre que um contador de histórias começa a narrar, estabelece uma relação de afeto com quem o escuta, abrindo uma porta para o mundo criado, permitindo aos ouvintes construir imagens, refletir sobre conteúdos, passear por emoções.